Nº 03 - Será que é real?
- Júlia
- 18 de nov.
- 3 min de leitura

Faz tempo que não escrevo aqui, mas tenho novidades.
Há um mês, conheci um cara chamado Felipe. Primeiro, a gente se esbarrou naquela balada que eu disse que ia sozinha, lembra? Nos conhecemos lá. Nem dei muita moral, eu estava correndo de outro carinha na festa que estava me enchendo o saco. Depois, nos encontramos no Instagram, o aplicativo de relacionamento que realmente funciona. Hahaha. Nós temos uma amiga em comum. Ele me viu numa foto com ela e mandou um coração. Achei meio bobo no começo, sério, um coraçãozinho? Mas, por algum motivo, resolvi responder.
Começamos a conversar e, surpreendentemente, a conversa fluiu. Descobrimos várias coisas em comum. Ele joga vôlei, assim como eu. Gosta de ir nos mesmos lugares que eu vou. Tem um estilo muito parecido com o meu. E isso me pegou demais. Porque, diferente do meu ex, que nunca queria fazer nada comigo e parecia um peso de papel sentado no sofá, o Felipe realmente se interessava pelas mesmas coisas que eu.
No começo, fiquei naquela vibe de “não quero me envolver”. Pé atrás total, coração com freio de mão puxado. Mas meu amigo Roberto me incentivou: “Você não pode deixar de acreditar no amor só porque uns idiotas te fizeram mal.” Ele tem razão. Então eu fui. Marquei o date.
A primeira impressão que o Felipe me passou era de bem nerd pessoalmente. Eu fui buscar ele no trabalho, porque o princeso estava sem carro, mas tranquilo, acontece. Nada no visual gritava galã, mas ele tinha uma coisa sincera que me desarmou. Ele queria saber tudo sobre mim, assim, de cara. E eu me senti muito à vontade para me abrir com ele. Tivemos uma conversa profunda e sincera sobre nossos medos, frustrações e expectativas para o futuro. Nunca tinha sentido alguém com um interesse tão genuíno em mim.
Fomos jantar e, no meio da conversa, começou a tocar Love on the Brain, da Rihanna, e ele, sem pensar duas vezes, me puxou para dançar ali, no meio do restaurante. Todo mundo olhou. Quando a gente se beijou, algumas pessoas aplaudiram. Foi tão surreal que parecia cena de filme.
Foi ali que eu pensei: “Será que é isso? Será que agora vai?”
Mas, claro, como toda mulher com histórico de coração quebrado, veio a dúvida. Será que ele é assim com todas? Será que esse jeitinho carinhoso, atencioso e encantador é exclusivo… ou só parte do roteiro?
O interesse dele por mim é claro. Ele é decidido, presente, sedutor. Faz questão de demonstrar afeto, de me ouvir, de se fazer próximo.
Ah, mas tem uma coisa no passado dele que acende um alerta. Ele me contou histórias bem intensas sobre relacionamentos, cheios de altos e baixos. Depois conheci os amigos dele e a fama do Felipe não é exatamente a de bom moço que ele passou no primeiro jantar. Na verdade, é a fama de conquistador. E eu não posso ignorar isso.
Mas é difícil não se deixar levar. Felipe é divertido, carinhoso, parceiro. Disse desde o início que queria só a mim. Com duas semanas, já tinha se desfeito de todos os contatinhos e disse que, sem pressão, gostaria que eu fizesse o mesmo. Já me levou para conhecer a família dele e está louco para conhecer a minha. Sério, eu estou muito impressionada. Não via um homem assim há muito tempo.
Fico pensando: será que ele é diferente? Ou será só mais um com roteiro bem ensaiado e prazo de validade emocional?
A verdade é que eu quero acreditar. Quero que ele veja a Júlia por inteiro. Quero que não seja só desejo. Quero que seja escolha.
Mas, por enquanto, só o tempo vai dizer.
E sobre o intercâmbio… decidi dar um tempo. Ele disse para mim: “Vai, não se apega em mim não.” Mas o problema é que eu já estou apegada. Tem algo nele que me puxa, que me acalma, que me faz acreditar. E, por mais que eu queira viver o mundo, o que eu quero agora é viver esse amor. Porque, se for para cair de novo, que seja ao menos com a esperança de que, dessa vez, valeu a pena tentar.








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