NÂș 01: Ser solteira Ă© uma merda
- JĂșlia
- 20 de nov.
- 2 min de leitura

Oi, tudo bem? Eu sou a JĂșlia.
Comecei a escrever essas cartas para mim mesma, para nĂŁo esquecer os momentos que vivi. Agora, decidi compartilhĂĄ-las com vocĂȘs.
Vou contar a minha jornada dentro de um relacionamento que, visto de fora, parecia absolutamente normal, mas por dentro sĂł Deus e eu sabĂamos o que realmente estava acontecendo.
EntĂŁo, sente-se, acomode-se no sofĂĄ e venha comigo rir e chorar dessa jornada.
Querido diĂĄrio,
JĂĄ fazem dois anos que me divorciei do Igor e, desde entĂŁo, nĂŁo entrei em um relacionamento sĂ©rio. E, sinceramente, essa histĂłria de que a vida de solteira Ă© mĂĄgica nĂŁo faz sentido pra mim. Tem gente que ama essa fase, fala sobre liberdade, sobre se descobrir, sobre curtir a prĂłpria companhia... Mas, pra mim, Ă© sĂł um tĂ©dio interminĂĄvel. O que eu quero de verdade Ă© me sentir amada, conectada com alguĂ©m de um jeito real. Quero aquele amor que envolve, que acalma. Aquele que faz vocĂȘ ter certeza de que, pelo menos naquele momento, estĂĄ no lugar certo, com a pessoa certa.
E alĂ©m da solidĂŁo, tem o peso do tĂ©rmino. Meu divĂłrcio foi um baque pra mim e abalou muito minha relação com a minha famĂlia. AtĂ© hoje, eles nĂŁo aceitam muito bem minha separação. Ă como se, alĂ©m de perder um casamento, eu tivesse perdido um pouco do meu lar.
Mas aĂ eu me pergunto... Por que eu me entrego tanto? E por que, junto com essa entrega, sempre vem essa culpa que me sufoca? Parece que tem algo em mim que simplesmente nĂŁo aceita a superficialidade. Eu preciso de profundidade, de intensidade. Gosto de mergulhar nos sentimentos, de me doar inteira. Preciso de conexĂŁo de verdade, pele na pele, olho no olho. Isso me traz paz, me faz sentir viva.
E o ciclo sempre se repete... No começo, tudo parece mĂĄgico. Me sinto correspondida, me jogo sem medo, acreditando que dessa vez vai ser diferente. Mas aĂ, a realidade bate Ă porta. E entĂŁo vem aquela sensação de vazio. Me sinto usada. E o pior? TambĂ©m me sinto culpada. Como se eu tivesse usado o outro pra preencher algo que falta dentro de mim.
Sempre estive nessa busca pelo amor. E uma vez, eu achei. Foi com o Igor. Foram 14 anos juntos. Durante muito tempo, achei que estava segura, que ele me amava até mais do que eu a ele. Mas quando esse amor começou a esfriar, quando a solidão dentro do próprio relacionamento virou rotina, tudo desmoronou. E desde então... só frustração.
Eu sĂł queria entender por que Ă© tĂŁo difĂcil encontrar alguĂ©m que me ame do jeito que eu sou. Sem que eu precise me moldar, sem que eu precise correr atrĂĄs. Mas, por mais que eu tente, por mais que eu procure, parece que esse amor verdadeiro continua escapando das minhas mĂŁos.







