ELE NUNCA MUDOU, ELE NUNCA MUDARÁ
- Jé Calado
- 16 de mar.
- 3 min de leitura

Já pensaram que eu ia falar de mais um chá da minha horta, né? Hoje, não.
Hoje — e todos os dias da minha vida, enquanto eu respirar nessa terra — eu quero falar sobre Ele e agradecer a Ele. Porque sempre foi Ele.
Muitas pessoas me perguntam como aguentei passar por tudo sozinha. Mas aí está o pulo do gato: eu nunca estive sozinha. Mesmo nos momentos mais difíceis, quando parecia que tudo ao meu redor desmoronava, eu sempre senti Cristo ao meu lado. Até nos momentos que estava mais vida louca, até quando eu mesma não sabia se queria estar ali.
Meu relacionamento com Deus passou de uma religiosidade rígida para algo muito mais profundo: intimidade, relacionamento. Porque se minha fé fosse pautada apenas em dogmas e doutrinas, aos olhos humanos, eu seria apenas uma mulher divorciada (duas vezes), que "falhou" no casamento e que, segundo muitos, deveria ter lutado mais para permanecer em um relacionamento abusivo. Porque "o certo" seria estar casada.
Mas Cristo? Cristo me vê diferente. Ele não me mede pelas regras dos homens. Ele não me enxerga como um fardo, um erro ou um fracasso. Ele me vê como sua filha, como sua irmã. Ele conhece minhas dores, meus anseios.
Ao longo da minha jornada, vi Deus agir de maneiras que talvez eu não tenha percebido na hora, mas que hoje fazem todo o sentido. Quando passei pelo meu primeiro divórcio, fui rejeitada por muitos. Foi um dos períodos mais difíceis da minha vida. Mas, no meio da tempestade, Ele me enviou dois anjos: Jairo e Henrique. Meus amigos de alma, meus irmãos escolhidos.
Jairo foi o primeiro a perceber que eu não estava bem e me mandou buscar ajuda psicológica. Henrique me acompanhava nos passeios no parque, nas tardes de café, em domingos no CCBB, nas conversas de horas que me ajudaram a colocar minha cabeça no lugar. E eu via a mão de Deus ali, no cuidado através das pessoas que Ele colocou no meu caminho.
No meu segundo divórcio, veio a raiva. Raiva de Deus, raiva da vida, raiva de mim. Eu pensava: Poxa, Deus, eu tentei. Foram seis anos. Eu só queria ter uma família. Por que isso?
E me lembro nitidamente de um dia, sentada no sofá da minha casa, sozinha, sem forças, dizendo em oração:"Pai, eu só queria ter uma família. Esse é o sonho da minha vida. Se não for da Tua vontade, tira esse desejo do meu coração. Mas, se for, me envia alguém bom, alguém que caminhe comigo, alguém de caráter íntegro. O Senhor conhece meu coração, mesmo que às vezes eu pareça passar outra mensagem."
Duas semanas depois, conheci o Vinicius.
Eu abro meu coração e compartilho tudo isso porque sei que não sou a única. Talvez sua dor não seja sobre relacionamentos. Talvez seja uma doença, a perda de alguém, uma decepção que parece não ter fim. Talvez, aos olhos humanos, não haja saída.
Mas saiba disso: Cristo te vê.
Ele não te mede pelas suas condições, pelas suas falhas, pelo que você deixou de fazer. O amor dEle não é uma recompensa por bom comportamento. Tudo é graça. E tudo acontece no tempo dEle.
Minha jornada ainda está longe do fim, mas quando olho para as cicatrizes que carrego, sei que cada uma delas foi necessária para eu ser quem sou hoje. E agradeço a Deus por isso.
A gente nunca entende os meios que Deus usa para nos ensinar. Cada um tem seu próprio deserto. Mas a Palavra nos ensina sobre perseverar, porque o deserto não é o fim. É só uma parte da jornada.
Hoje, olho para minha vida e me vejo como Jó. Depois da tempestade, veio a restauração. Meu relacionamento com minha família nunca esteve tão forte. Tenho um parceiro incrível, um trabalho que amo, amigos que são verdadeiros presentes. Mas, acima de tudo, tenho paz.
E assim como um dia fui ajudada por tantas pessoas, hoje eu quero ser um canal de bênçãos para os outros. Quero usar as dores que já vivi para ajudar quem está passando por elas agora.
Então, respira. Não se isole. Abra seu coração. Tenha paciência com o processo. Mas, principalmente, tenha autocompaixão.
Se ame. Se perdoe quantas vezes forem necessárias. E saiba: há um Deus que te vê, te ama e quer caminhar com você.








“Se foram as circunstâncias do passado que te trouxeram até aqui e te transformaram na grande e reverente mulher que você é hoje. Brindo à sua resiliência.”
Bjos, GG.
Minha querida, se eu soubesse 1/3 do que você estava passando, teria te abraçado forte e dito: 'Você vai superar isso, com a força que Deus te deu e teria te dado todo o meu apoio, te lembrando da sua força e da fé que te guia
Lembro de te ver naquele evento, um pouco constrangida, e de pensar: Será que ela está bem? Pois senti que algo não estava legal, mas não tivemos a chance de conversar.
A vida nos levou para caminhos diferentes (mas creia as histórias quase idênticas), mas te acompanhei de longe, me alegrando com cada sorriso e orando para que a felicidade te encontrasse.
Nunca duvidei da sua fé, pois ela transparece em cada atitude,…