DATE BOM
- Jé Calado
- 6 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de nov.

Era um domingo de tédio. Eu estava jogada no sofá, olhando pro teto, quando resolvi quebrar uma das 500 promessas que já tinha feito pra mim mesma: nunca mais baixar o Tinder. Mas lá fui eu, baixando o app já com arrependimento no coração, prevendo as horas que seriam desperdiçadas naquele lugar onde, até então, eu não tinha a menor expectativa.
Comecei a zapear pelos perfis e, de repente, um hétero bem padrão chamou minha atenção. Primeiro, porque já sou traumatizada com esquerdo macho e tinha jurado pra mim mesma (e pra um amigo) que não beberia mais dessa fonte. Segundo, porque ele era bem bonito, com um sorriso... que sorriso! Fiquei até dando zoom pra me certificar de que não era Photoshop. E tinha uma legenda engraçadinha que agora não lembro, mas certamente era boa, porque eu gosto dos engraçadinhos. Dei like. Demos match. E começamos a conversar.
Eu estava cheia de histórias da viagem que tinha acabado de fazer, então sabia que assunto não faltaria. A expectativa era ver se ele ia conseguir acompanhar. Aliás, fica a dica pra quem tá lendo: nos apps, a maioria dos homens é supermonossilábica. Convenhamos, é o mínimo ser interessante, né? Um básico da humanidade. Então, pelo amor de Deus, homens, façam um curso de teatro, leiam um livro, sejam interessantes.
E, pra minha surpresa, o cara era interessante! Eu fiquei empolgadíssima. A gente começou falando sobre trilhas, depois sobre família, e, de repente, eu já estava abrindo meu coração pra ele. Bizarro, né? Porque o bizarro é justamente encontrar alguém com quem tudo flui assim. Quando vimos, já eram quatro horas conversando no aplicativo. E meu coração já estava em alerta: isso não vai dar certo, vai virar amizade, ah, deve beijar mal, certeza.
Eu sou uma mulher bem direta, detesto joguinhos. Então, falei logo:
— Olha, é o seguinte. Tô disponível se você quiser sair comigo. Eu gosto de sushi.
— Ele: Pronto, eu também. Mas agora vamos dormir, já são 01 da manhã.
Nos despedimos, e fui dormir com o coração quentinho por ter conhecido um cara tão legal. Meu Tinderelo.
Na segunda-feira, ele já mandou mensagem:
— Olha, quero te levar pra comer sushi, em tal lugar, na quarta-feira.
Eu pensei: Eita, homem decidido! Mas aí minhas paranoias começaram. Achei que tinha cilada nisso daí. Devia ter algum defeito escondido, né? Doido, beijar mal, sei lá. E pra piorar, ele trabalhava perto de uma Americanas e mandava mensagem assim:
— Vou comprar umas balinhas Fini pra mim, quer alguma? Qual sabor você gosta? Ou: Tem castanha na sua dieta? Tem uma senhorinha vendendo aqui, vou levar pra você.
Ele lembrava de mim nas coisas mais ordinárias da vida, e eu me apaixonava e morria de medo.
Chegou o dia do nosso encontro, naquela quarta-feira, no sushi. Fui de Uber e pedi pro motorista me deixar um pouco mais à frente, pois já tinha avistado meu Tinderelo e queria confirmar se ele era aquilo tudo mesmo. Falei pro motorista: Passa devagar, quero ver se meu amigo chegou.
E ele era, MEO DEUS, que moreno lindo. Estava lá, todo maravilhoso me esperando. Quando fui me aproximando, ele abriu aquele sorriso que eu só tinha visto dando zoom na tela do Tinder, e eu senti que queria estar naquele sorriso pra sempre.
Nos aproximamos, nos abraçamos e nos beijamos. A sensação era de que a gente se conhecia há muito mais que quatro dias, como se a gente estivesse esperando esse encontro há uma vida.
O jantar? Maravilhoso. A conversa? Maravilhosa. Os abraços e beijos? Não tenho nem o que falar. Desde aquele dia, o Tinderelo e eu, Vinicius e eu, nunca mais nos desgrudamos. E nessa semana, fazemos um ano de namoro, com a certeza de que quero comemorar essa data para o resto da minha vida com você.
Te amo, meu date bom. Que bom que a gente se encontrou no meio do caos da vida.








Ahhhhhhh que lindos. Meu coração todo derretido por vcs
Beijos lindos e parabéns!
Dani Brisa