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Vamos inaugurar o quadro #DATERUIM por aqui?


O ano era 2017, e eu estava o fogo no rabo em pessoa. Sério, eu estava em todos os aplicativos de relacionamento que vocês puderem imaginar: Tinder, Happn, tudo. Rolando o Tinder, me deparo com um cara com toda aquela vibe artista. E eu, que sou cachorrinha de artista, já fiquei como? Completamente arriada.


Vamos chamar ele de Celsinho. Lindo, servidor público (e em Brasília, vocês sabem, isso é quase status de realeza), mas, nas horas vagas, ele tocava em uma banda de carnaval de rua. Todo pintado, empiriquitado. Ah, e também era crossfiteiro, o que, naquela época, era quase uma religião pra mim. Sério, o combo perfeito: só faltava a aliança!


Demos match no Tinder e combinamos de comer um crepe no Sudoeste. Quando chego lá, Celsinho era mais bonito ainda pessoalmente do que nas fotos. Eu só pensava: MEO DEUS. A conversa fluiu super bem, tínhamos mil coisas em comum. Mas, na hora do beijo… eu quis bancar a difícil. Não rolou. Eu sei, ridícula. Já beijei tanto feio por aí, e com esse, quis dar uma de difícil!


Voltei pra Águas Claras naquela terça-feira à noite, amargamente arrependida, já mandando mensagem pro meu melhor amigo com as fotos do homem que eu acreditava ser meu futuro marido. 


Celsinho e eu ficamos conversando durante a semana, planejando o próximo encontro, e eu já estava criando várias fanfics na minha cabeça. Sério, já estava até pesquisando qual instrumento aprender para acompanhá-lo nos carnavais de rua. Escolhi o triângulo ou o tambor, achando que seriam mais fáceis. Casal carnavalesco, né?


Chega o fim de semana, e fui encontrar meu melhor amigo pra atualizar os eventos da semana. Fomos comer uma tortinha com café expresso, como boas senhoras. Conversa vai, conversa vem, e eu contando todos os meus planos com o meu futuro marido, o servidor público artista. Até que percebo meu amigo com um olhar meio estranho, tipo, querendo contar alguma coisa, mas sem coragem.


Soltei logo: Desembucha! O que aconteceu, homem?


Ele respirou fundo: Calma... não sei como te contar isso.


Já fiquei nervosa. Amigo, o que tá acontecendo?


Ele, sério: Tá bem... Eu estava mexendo no Tinder, dando uns matches, e vi um cara familiar. Começamos a conversar e eu fiquei com a sensação de que já sabia da vida dele. Então, percebi: esse boy... eu já conheço!


Meu coração disparou: Amigo, não é quem eu estou pensando, né?


Amiga... quando você começou a falar do artista, eu fui olhar de novo... eu quase desmaiei. Demos match com o mesmo cara. Mas você conheceu ele primeiro, então o direito de preferência é todo seu.


Eu fiquei em choque. Nunca na minha vida imaginei que teria que discutir com meu amigo sobre quem teria o direito de preferência para ficar com um boy. Esse foi um daqueles momentos em que os universos dos héteros, bis e gays se unem em um único propósito: quem vai pegar o bi.


Mas nossa amizade era muito mais forte que isso. Quando vimos, já estávamos rindo da situação, tomando café e discutindo sobre o artista. E, no fim das contas, ninguém ficou com ele. Mas ele virou a nossa fanfic. Todo bloquinho de rua que a banda dele tocava, lá estávamos nós, de olho, esperando nosso artista aparecer.



Bem-vindos ao mundo dos solteiros modernos, meus amigos. Um caos delicioso. (E graças a Deus não estou mais nele).



2 comentários

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Convidado:
31 de out. de 2024

Pois os dois pegavam e depois marcava o café para saber o desempenho do garoto kkkkk

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Convidado:
23 de out. de 2024
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

😎

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